10 agosto 2017

Odin, Pai de todos

Olá meus caros amigos, estamos de volta com mais uma matéria do nosso Blog sobre o mítico universo de Asgard e cia. No texto de hoje, vamos começar uma excursão pelos grandes deuses da mitologia, e nada mais justa do que iniciar por Odin, o mais poderoso e temível deus de Asgard, que carrega a alcunha de Pai de Todos.
Odin surge durante a guerra entre deuses e gigantes, juntamente de seus dois irmãos Vili e Vé. Ele é neto de Buri, o primeiro deus, e filho de Bor e da giganta Bestla, e com o seu nascimento acaba por se tornar o grande trunfo dos deuses para enfim derrotar o temível gigante Ymir. Conforme já comentado em outros posts, seu pai Bor desaparece na liturgia da história, não deixando claro se o mesmo viera a morrer durante a guerra ou se tomou outro destino desconhecido. Todavia, o fato concreto que decorre disso tudo é que Odin toma a frente da linha de batalha, e juntamente com seus irmãos, conseguem derrotar o gigante monstruoso, e a partir de então criam uma nova ordem para o mundo.



Odin é responsável pelos primeiros grandes feitos do mundo, nos quais podemos enumerar a criação de Midgard, feita a partir dos restos mortais de Ymir, e após a mesma, a criação da própria raça humana, feita juntamente de seus irmãos a partir de pedaços de madeira que restavam em uma praia. Ele ordena também o ajuntamento dos deuses em Asgard, dando a cada, um palácio próprio e, principalmente, a criação de Valhalla, o grande palácio que abrigará as almas dos poderosos Einjhar, o exército de Asgard que combateria no Ragnarok.
Contudo, a participação de Odin nas histórias da mitologia vai muito além disso. A profecia do Ragnarok lhe é revelada pelas Nornas, as deusas do destino, e desde então ele molda todas as suas ações em prol desse grande objetivo. Em sua busca constante por poder, o Grande General, como também era conhecido, vai em busca do conhecimento supremo, quando então paga o preço do próprio olho para Mimir, guardião da fonte da sabedoria, para obter o verdadeiro conhecimento, a magia por detrás das runas.
Após o primeiro sacrifício, Odin descobre que precisaria de um sacrifício ainda maior, se quisesse de fato obter o significado das runas. Em uma auto-imolação, Odin transfixa sua própria lança em seu peito, se dependurando na Yggdrasil por nove dias e nove noites, e sobrevivendo ao ato, conseguiu obter o que procurava, reforçando ainda mais seu título de mais poderoso dos deuses.
A busca de Odin pelo conhecimento não para aí, entretanto. Odin faz inúmeras viagens aos demais mundos, geralmente disfarçado de um velho, trajando vestes cinzas, um chapéu pontudo e um cajado, tal como na vez em que invadiu um casamento e cravou uma espada no tronco de uma árvore que existia no salão, que viria a ser retirada depois por Sigmund, pai do famoso herói Sigurd (também conhecido como Siegfried). Essa versão de Odin foi inspiradora para Tolkien criar a figura de Gandalf, o poderoso mago das histórias da Terra-Média, em mais uma das inspirações que o famoso autor de fantasia inglês criou a partir dos versos da mitologia nórdica.



Odin, entretanto, não apresenta apenas um aspecto positivo. Um deus repleto de ira, bastante orgulhoso e deveras hostil completa as páginas dos diversos textos sobre a mitologia. Suas posturas não fogem sequer à sua própria família, onde por vezes afeta Loki, seu conturbado familiar, em seus acessos de fúria, bem como à sua própria esposa Frigga, com quem divide assombros de raiva dignos de casais de novelas mexicanas. Sua postura como marido também por vezes não é a das mais dignas. Além de seus três filhos com a esposa, Thor, Balder e Hodr, Odin desfrutava de outras linhagens consanguíneas, tais como as Valkírias, filhas do deus com Erda, uma deusa da terra primordial.
Apesar das controversas quanto à sua personalidade, é indiscutível o fato de que Odin é o cerne do universo de deidades nórdicas. Seja pelo respeito, ou ainda pelo temor de sua fúria, ele se torna o peso que gera equilíbrio às ações dos deuses, e é notável como sempre é bajulado pelos demais, como nos casos em que Loki, em suas constantes tentativas de ser aceito pelos deuses, além é claro da necessidade de corrigir as confusões que criava, presenteou o pai de todos com Sleipnir, seu admirável cavalo de oito patas, capaz de voar pelos céus com um simples cavalgar, e com a lança Gungnir, a arma infalível e que registra todos os tratos feitos pelos deuses.
Seu destino, entretanto, é sabido pelo seu próprio conhecimento supremo, quando lhe é revelado que sucumbirá no Ragnarok, e ainda que ele tome conhecimento de tudo por meio de seus corvos Hugin e Munin, expressões físicas do seu pensamento, bem como de quando está sentado em seu trono Hlidskialf, quando é capaz de ver o mundo inteiro, ainda assim não será capaz de escapar das mãos das Nornas, quando tombar pelo seu temível inimigo Fenrir, a cria monstruosa de Loki, que será assunto do nosso próximo encontro.


A descendência de Odin, no entanto, será aquela que trará a reestruturação do mundo após o Ragnarok, quando seus filhos Vidar, o Vingador, e Balder, o Dourado, tomarão o seu lugar como governadores do destino do mundo, deixando assim claro e evidente como o sangue de Odin era deveras poderoso, e o único capaz de dar sequência à sua obra.